São Paulo, maio de 2013
Tenho dormido pouco. E bebido mais que de costume. E por costume, não entenda hábito ou frequência.
Leia intensidade.
Intensidade é a palavra que melhor poderia descrever minha simplória estadia nessa passagem efêmera pela condição humana. Do dia em que saí da proteção quente e úmida do ventre materno até meu estágio atual, trago vastas experiências intensas.
Ainda que a memória não seja o maior de meus atributos.
Relendo os parágrafos anteriores, minha descrição até o momento talvez te leve a crer que tenho tido problemas em gerenciar minhas reações ao etílico. Não me entenda mal. O prazer provocado pelas reações químicas do mesmo no organismo é inegável, e eu jamais seria hipócrita em dizer que não o aprecio.
“- Ah, a boa e velha sensação de acordar parecendo ter sido atingido na cabeça por uma bigorna da ACME!”
Porém, estou divagando e esse não é um texto sobre porres homéricos. É nada mais que uma nota, sobre meu estado de espirito. Como aquelas que as pessoas penduram na porta da geladeira e se esquecem de olhar.
Tenho me embebedado do clichê, do usual, do prazeroso. Sutil. Minha boca tem encontrado doces lábios, e os meus lábios tem insistido em formar sorrisos discretos e silenciosos. Grande parte deles até internos, os sorrisos.
Sinto-me jovem.
Mesmo com o câncer de pensar demais me alardeando a todo o momento sobre o passar do tempo.
A questão é sobre como lidar com isso.
E eu não ligo por não saber. Lidar.
Eu, voltei.