domingo, 19 de maio de 2013

*nota.


São Paulo, maio de 2013

Tenho dormido pouco. E bebido mais que de costume. E por costume, não entenda hábito ou frequência.

Leia intensidade.

Intensidade é a palavra que melhor poderia descrever minha simplória estadia nessa passagem efêmera pela condição humana. Do dia em que saí da proteção quente e úmida do ventre materno até meu estágio atual, trago vastas experiências intensas.

Ainda que a memória não seja o maior de meus atributos.

Relendo os parágrafos anteriores, minha descrição até o momento talvez te leve a crer que tenho tido problemas em gerenciar minhas reações ao etílico. Não me entenda mal. O prazer provocado pelas reações químicas do mesmo no organismo é inegável, e eu jamais seria hipócrita em dizer que não o aprecio.

“- Ah, a boa e velha sensação de acordar parecendo ter sido atingido na cabeça por uma bigorna da ACME!”

Porém, estou divagando e esse não é um texto sobre porres homéricos. É nada mais que uma nota, sobre meu estado de espirito. Como aquelas que as pessoas penduram na porta da geladeira e se esquecem de olhar.

Tenho me embebedado do clichê, do usual, do prazeroso. Sutil.  Minha boca tem encontrado doces lábios, e os meus lábios tem insistido em formar sorrisos discretos e silenciosos. Grande parte deles até internos, os sorrisos.

Sinto-me jovem.

Mesmo com o câncer de pensar demais me alardeando a todo o momento sobre o passar do tempo.

A questão é sobre como lidar com isso.

E eu não ligo por não saber. Lidar.


Eu, voltei.

Um comentário:

Eu ia e vinha...

Eu ia e vinha...
... e era lá que eu me perdia, no espaço entre teus lábios.

Um travessão e uma exclamação.