domingo, 31 de janeiro de 2010

Confuso... Ou não.

Há dias que venho dizendo que eu sou um caminhão carregado de saudade, dirigido na contramão e ainda por cima perdido no tempo..

A metáfora parece, a princípio exagerada e concebida de forma desesperada, pois qual seria o motorista que iria na contramão, transportando uma carga extremamente INFLAMÁVEL e numa estrada cuja extensão e destino ele desconhece?

O exagero é recorrente em minha personalidade, reconheço. A curiosidade, sempre me moveu até as fronteiras do exagero, no sentir e no pensar principalmente. O Carpe Diem pôde ser por algumas vezes traduzido como “sofrer intensamente” “entediar-me intensamente” ainda que por curtíssimos períodos. Quanto ao desespero, acho que não o conheço pessoalmente. Talvez a iminência dele tenha batido em minha porta algumas vezes, mas creio que nunca o desespero em si. Procuro ser racional. Mesmo que agindo e confiando cegamente nos instintos, no coração.

Não sei se há vantagem.

Ultimamente tenho passado pouco ou quase nenhum tempo em casa, ao chegar em casa, (geralmente só me dou conta disso nos finais de semana, ainda que lá esteja todos os dias) minhas coisas estão exatamente da maneira que foram deixadas sabe-se lá quando e a fina camada de poeira que cobre alguns móveis parece-me um sinal de boas vindas, como que alguém estivera esperando pelo meu retorno à consciência. Não me sinto sozinho. De verdade.

Eu ia e vinha...

Eu ia e vinha...
... e era lá que eu me perdia, no espaço entre teus lábios.

Um travessão e uma exclamação.