Sempre tive medo de chegar a condições em que não dependesse só de minhas forças para reavaliar certas situações e tomar atitudes que permitissem uma virada.
O orgulho, como foi dito.
Desde que me conheço sou (fui) orgulhoso a ponto de preferir dar de cara à parede a pedir que alguém me abrisse a porta. Ainda assim, durante minha curta (até o momento) estadia no Planeta Terra, pude encontrar diversas pessoas mais teimosas que eu e que abririam tantas portas quanto eu jamais poderia imaginar. Essas pessoas teimosas insistiram em permanecer quando eu dava todos os motivos do mundo para que elas partissem.
Até o dia em que eu resolvi deixá-las.
Não abri mão dos bons sentimentos nutridos por tais pessoas, meus estimados amigos e familiares.
Nossas escolhas sempre trazem conseqüências, e quando se está só não se pode culpar ninguém além de si mesmo no que dá errado. Quando alcei vôo sabia que seria difícil e que não valeria à pena voltar atrás. Retrocesso, involução. A eterna busca por satisfação e autoconhecimento me levou ao evidente: o fundo do poço.
Pois é o que acontece quando se rompe com todos os paradigmas, e se entrega à falácia do Carpe Diem que tanto exaltei e defendi como forma de liberdade.
Sempre entrando em contradição, pois ainda que viva intensamente, me perco em pensamentos de nostalgia por diversas vezes. Sempre tentando reencontrar a direção certa, buscar a paz. Escrevo para aliviar meu espírito da tortura imposta pelo invólucro corpóreo, escrevo para me encontrar e ter forças de continuar buscando o brilho, de certos olhos castanhos.