quinta-feira, 15 de julho de 2010

Canção de Amor

Acredito que todas as pessoas no mundo nascem com uma tarefa em comum, inconsciente: compor uma canção.

Parece absurdo crer nisso, principalmente sabendo que nem todos são músicos e que grandes Mestres compuseram obras que estão e ficarão registradas na memória da humanidade por muito tempo. Então por que “depreciar” a criação desses seres humanos, “rebaixando-os” ao nível de meros mortais, como eu e você?

Nem todos são músicos. Mentira.

As notas estão aí, soltas pelo ar, e cada um tem a missão, o direito e até mesmo o dever de compor a Canção que escolher e o brilho de um novo dia sempre nos impulsiona. É comum soltarmos, ao invés de linhas harmônicas bem trabalhadas palavras atravessadas, confusas. E aquele canto esganado, de garganta, nem sempre é o melhor que nós temos. Mas às vezes é só o que temos pra botar pra fora um pouco do que somos.

Algumas pessoas mentem para se promover, ou promover a quem as agrade. Falsidade e arrogância predominam no mundo em que vivemos, por isso, uma hora ou outra a gente acaba tendo que vestir uma roupa desajustada dessas, pra encarar situações não resolvidas em outros tempo por pura covardia, ou simplesmente para se defender e evitar a ruína.

No meio desse turbilhão de emoções, atitudes e sentimentos, diversas vezes me senti deslocado e até mesmo desacreditado. Quantas vezes quis uma passagem só de ida para o meu próprio mundo? Perdi as contas.

E foi aí que tomei consciência da minha tarefa e resolvi me dedicar a ela. Com toda a amargura que pude observar às voltas, desprendi-me dos temas complexos como política, economia e tantos outros etc. porque queria mais, muito mais. Foi aí que entrei pelo único caminho sem volta e me decidi por não pegar atalhos, apesar de estrada não ser das melhores.

O início foi um passeio agradável, como o de um observador e colecionador de borboletas. Depois vieram os pedregulhos, e vários tropeços. Mas sempre levantava a cabeça e olhava para o alto, pois é lá que estão as notas, flutuando. Por algumas vezes me deixei enganar, pensando que podia abandonar minha tarefa pois seria impossível terminar. Eram os dias nublados, e os trechos mais tortuosos da estrada, que me deixava no estado de letargia.

Outras pessoas transitam pela estrada na qual faço meu caminho, seguindo outras direções. E acontece algumas vezes de trocarmos notas, em busca de uma melodia mais cadenciada que muitas vezes não vem.

E a gente segue pela estrada, sempre com a sensação de que falta algo.

Faltava.

Guria, você é a Nota que completa a minha canção de amor.

*Tum-Soc-Tum-Pá

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"A saudade quando bate, não se pode explicar
coração fica em silêncio, quase a ponto de parar."

Versos de um poema antigo, escrito para alguém que me marcou profundamente. No momento, o sentimento é real, e por uma gama de pessoas-lugares-situações. É a vida. Linda vida.

Eu ia e vinha...

Eu ia e vinha...
... e era lá que eu me perdia, no espaço entre teus lábios.

Um travessão e uma exclamação.